HISTÓRIA DAS FORÇAS ARMADAS
A história das Forças Armadas, assim como a formação da Nação, precede a Independência Nacional, remontando a meados dos anos sessenta, mais concretamente a 15 de janeiro de 1967, data em que um grupo de jovens cabo-verdianos prestou, em Cuba, perante Amílcar Cabral, o juramento de fidelidade à luta de libertação de Cabo Verde, fosse em que circunstâncias fosse, afirmando-se dispostos “ao sacrifício supremo, se necessário, para se poder alcançar a liberdade da Pátria, bem como o seu desenvolvimento e engrandecimento”.
O ato solene de juramento, realizado longe do solo pátrio, culminava um período de cerca de dois anos de intensa preparação militar nesse país latino-americano, com o objetivo de realizar um desembarque em Cabo Verde, dando corpo à decisão da Direção do PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e de Cabo Verde) de estender a luta armada ao Arquipélago. Gorada a possibilidade de se realizar um desembarque em Cabo Verde, por não estarem reunidas as condições para esse efeito, esses jovens foram enviados para e então URSS (União das Repúblicas Socialistas Soviéticas) a fim de frequentarem cursos de formação, maioritariamente na especialidade de artilharia. Regressados ao território da Guiné Bissau, foram integrados nas estruturas das FARP (Forças Armadas Revolucionárias do Povo) e desempenharam papel de relevo nas várias frentes de combate, particularmente no manejo das armas de artilharia, nomeadamente artilharia reactiva, fornecidas pela União Soviética.
Esse grupo de jovens, constituído por militantes do PAIGC e por jovens estudantes, camponeses e trabalhadores emigrantes, constituiu aquilo que viria a ser considerado o Núcleo Fundador das Forças Armadas de Cabo Verde. O simbolismo desta data e o papel que o Núcleo Fundador das Forças Armadas veio a desempenhar na organização e desenvolvimento da instituição militar cabo-verdiana levou o Governo de Cabo Verde a instituir, em 1988, o dia 15 de janeiro como dia das Forças Armadas.